terça-feira, 31 de março de 2009

Ditado Popular "Burro velho não aprende línguas"


Pretende-se uma discussão sobre este ditado, no âmbito do desenvolvimento do ser humano. A contrapor este ditado, vejam http://www.universia.pt/servicos_net/informacao/noticia.jsp?noticia=44212








? “Burro velho não aprende línguas”

Os provérbios ou ditados populares são conselhos e ensinamentos ditos de forma simples e reduzida, baseados numa longa experiência.
Passaram de gerações em gerações e atravessaram fronteiras. Muitos deles para melhor de fixarem são em rima.

O Homem é um ser dotado de capacidades cognitivas e acumula, ao longo da sua vida, experiências e saberes. Consegue categorizar, prever, avaliar, interferir, criar e até antecipar soluções.
Estas capacidades estão reflectidas na sabedoria popular, a qual assenta, muitas vezes, em estereótipos, crenças, tradições, mitos, etc.

Os ditados ou provérbios são, assim, teorias do senso comum e veiculam significados e representações.
A História está cheia destes exemplos. O mais conhecido é o de Galileu. Em seu tempo o senso comum considerava que a Terra era o centro do Universo e que o Sol girava em torno dela. Galileu ao afirmar que era a Terra que girava em volta do Sol quase foi queimado pela Inquisição. Teve que abjurar-se para salvar a vida. Esta opinião era tão arraigada na mente das pessoas que até a própria Bíblia testemunha isto ao afirmar que Josué deteve o Sol. É claro que a Terra não parava e o sol não começava a girar à volta dela só pelo facto de que, na Bíblia, Josué assim dizia. (P. Ubaldi). Hoje o senso comum mudou. Quem afirmar que o sol gira em torno da Terra será considerado no mínimo um louco pela maioria.

O Ditado “Burro velho não aprende línguas” transporta em si a ideia de que a inteligência e a aprendizagem não são possíveis de acontecer a partir de determinada idade, ou seja que as faculdades cognitivas do ser humano deixam de existir ou que o Homem vai perdendo capacidades. Partindo da ideia de que o ser humano está em constante evolução ( Darwin), e de acordo com a perspectiva construtivista e interaccionista de inteligência, conhecimento e aprendizagem (Piaget), ao Homem é possível a formação ao longo da vida, através de uma constante adaptação e na interacção com os outros.

Actualmente, vivemos num mundo globalizado, a informação circula a uma enorme velocidade, a cada dia, somos confrontados com novos desafios, que obrigam a uma constante preocupação em corresponder às nossas próprias expectativas (construção da identidade) e às de outros, nomeadamente no mercado de trabalho que, actualmente, se apresenta tão competitivo.

O aumento da esperança média de vida, a baixa natalidade, o aumento da idade da reforma, são factores que estão e irão mudar o cenário no mercado de trabalho, o que forçosamente levará a uma mudança do conceito de idade, inteligência, e de capacidade de aprendizagem. Hoje em dia assiste-se a um crescente interesse por parte de indivíduos pertencentes a um escalão etário superior, na aquisição de competências ao nível informático e não só.
Tudo pode ser uma aprendizagem.
O Homem caminha pela vida, constrói-se a si próprio, e o seu percurso só termina quando o seu coração pára.

Psicologia do Desenvolvimento e Educação ao longo da vida






O ser humano distingue-se dos outros seres vivos pelas suas características; pela quase ausência de comportamentos inatos, pela maior capacidade de aprender e pelo gosto em explorar o meio.
O Homem é por excelência um ser criativo e transformador.
Num contexto sócio-espacial de uma contínua interacção com os outros, cabe a cada indivíduo “descobrir o tesouro que há em si”. "Os Quatro Pilares da Educação" - Jacques Delors "... reanimar e fortalecer o seu potencial criativo - revelar o tesouro escondido em cada um de nós. ...".

A Psicologia do desenvolvimento tem como objectivo estudar a génese e a evolução dos processos psicológicos ao longo do tempo, isto é, as mudanças que acontecem com a idade, no fundo, o que muda em nós.
O desenvolvimento é um processo contínuo de mudança psíquica que ocorre ao longo da vida, com consequências ao nível dos valores, atitudes e comportamentos dos indivíduos, enquanto seres sociais.
O Homem é um ser não só estruturado como também estruturante, ou seja, se o contexto sócio-espacial condiciona a forma de ser e estar dos indivíduos, também estes estão “programados para aprender”.

Foi com Darwin que o Homem passou a ser considerado como uma qualquer outra espécie animal ou vegetal, em constante mutação, o que se opôs completamente à doutrina bíblica centrada numa visão do Homem enquanto ser criado por Deus. A ideia central da teoria de Darwin consiste na evolução gradual através da selecção natural. O Homem é um produto da evolução. Tem capacidade de construção, adaptação e plasticidade - a propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de alterações estruturais em resposta à experiência, e como adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos.
O processo de desenvolvimento é contínuo, global e flexível, bastando que cada indivíduo se assuma como construtor e agente do seu próprio conhecimento, é aqui que reside a oportunidade e a possibilidade de formação ao longo da vida.

As pessoas não param de se desenvolver quando atingem a idade adulta e progressivamente tem-se abandonado a ideia da imutabilidade dos adultos, tendo em conta também a própria construção da identidade (que não tem um carácter estático) de cada individuo.

O conceito de formação/educação ao longo da vida deverá ser encarado como uma construção contínua da pessoa humana, dos seus saberes, aptidões, da sua criatividade, da capacidade de discernir e de agir, e porque não dizer de auto-realização e de superação de si mesmo, numa perspectiva construtivista e interaccionista do conhecimento/desenvolvimento, como nos transmite Jean Piaget.
Piaget tenta integrar o “inato” e o adquirido”, valorizando ainda o aspecto sociocultural. Enquanto que a concepção inatista considera a inteligência como um dom natural e hereditário.
O ser humano passa, ao longo da sua vida (sendo ela própria também uma aprendizagem), por processos de organização e reorganização, reprodução e produção, tanto do ponto de vista quantitativo como do ponto de vista qualitativo.

O erro, tantas vezes encarado como uma incompetência, deverá ser tido como uma oportunidade/possibilidade de evolução ou uma etapa do processo de desenvolvimento.

John Flavell introduz o conceito de metacognição dando um carácter multidimencional à inteligência. O treino metacognitivo, que poucos adultos manifestam, dá especial relevo à noção de aluno como aprendiz activo, apto a auto-regular a sua aprendizagem, eficaz na avaliação de problemas e sua resolução, responsável, auto-determinado e independente.

Actualmente, vivemos na era da globalização, as TIC constituem novos lugares de aprendizagem. Da mesma forma o aumento das condições de vida, nomeadamente no mundo ocidental, proporciona e abre espaço para novos públicos e novas necessidades de aprendizagem. Surgiram as Universidades sénior, por exemplo.

O mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, leva igualmente a uma maior necessidade de actualização do conhecimento, não bastando os saberes que conquistámos na nossa formação escolar inicial. A exigência dos saberes é imperativa e, assim sendo, a formação ao longo da vida torna-se cada vez mais pertinente.

A formação ao longo da vida proporciona ainda o alargamento do exercício de cidadania, de motivação e integração.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Desenvolvimento Humano

Licenciatura em Educação - Apresentação do e-folio A - Unidade Curricular - Psicologia do Desenvolvimento




5 Questões sobre o Desenvolvimento Humano


Quais são as características fundamentais do ser humano?

O que é o Desenvolvimento Humano?

Qual o papel da Educação no desenvolvimento humano?

Qual a importância das TIC no/para o desenvolvimento humano?

Qual é a importância do conceito - Formação ao longo da vida?









ÁGORA -significado- Ágora era a praça principal na constituição da pólis, a cidade grega da Antigüidade clássica. Normalmente era um espaço livre de edificações, configurada pela presença de mercados e feiras livres em seus limites, assim como por edifícios de caráter público. Enquanto elemento de constituição do espaço urbano, a ágora manifesta-se como a expressão máxima da esfera pública na urbanística grega, sendo o espaço público por excelência. É nela que o cidadão grego convive com o outro, onde ocorrem as discussões políticas e os tribunais populares: é, portanto, o espaço da cidadania. Por este motivo, a ágora (juntamente da pnyx, o espaço de realização das assembléias) era considerada um símbolo da democracia direta, e, em especial, da democracia ateniense, na qual todos os cidadãos tinham igual voz e direito a voto. A de Atenas, por este motivo, também é a mais conhecida de todas as ágoras nas polis da antiguidade.